Dia Mundial da Criança 2024.

Todo dia 20 de novembro, comemora-se esta jornada mundial para conscientizar sobre a necessidade de cuidar e proteger os menores. Garantir seus direitos é fundamental para seu desenvolvimento individual e para o bem-estar coletivo. Hoje, propomos refletir, dialogar, meditar, rezar e conscientizar sobre esse tema.

A Assembleia Geral das Nações Unidas recomendou, em 1954, destinar um dia para fomentar a fraternidade entre as crianças de todo o mundo e promover seu bem-estar com atividades sociais e culturais. Este Dia Mundial é celebrado em memória da aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, em 1959, e da Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989, tratado internacional mais ratificado da história.

Cada menor, independentemente de sua origem, raça, gênero ou crença, merece crescer em um ambiente seguro, amoroso e estimulante, onde suas necessidades sejam atendidas, seus direitos respeitados e seu potencial fomentado. Assim proclamam as Nações Unidas, assim nos ensina o Evangelho e, como não poderia deixar de ser, o bom senso: proteger as crianças é um dever que nos diz respeito a todos.

Neste dia, não quisemos perder a oportunidade de refletir, dialogar, meditar, rezar e conscientizar sobre o papel de todos nesta causa.

A paternidade responsável: além da biologia

A responsabilidade de criar um filho vai além da simples paternidade biológica. Ser pai ou mãe implica um compromisso profundo de proporcionar o melhor para o seu desenvolvimento integral. A paternidade responsável significa educar, guiar e apoiar os filhos em todas as etapas de sua vida, especialmente até atingirem a maioridade.

Isso inclui oferecer-lhes um ambiente emocional seguro, atender às suas necessidades básicas, fomentar seu aprendizado e contribuir para a construção integral de sua personalidade. Ao assumir esse papel com seriedade, pais e tutores podem ajudar os menores a se tornarem indivíduos saudáveis, felizes e capazes de enfrentar os desafios do mundo. Sua felicidade na vida adulta depende em grande parte da felicidade vivida na infância.

Razões para educar os filhos na fé

Dentro do dever de dar aos filhos o melhor, está a educação na fé. A dimensão espiritual é uma parte essencial e constitutiva da pessoa. Por isso, devemos desenvolver e alimentar essa espiritualidade humana desde a infância.

A seguir, apresentamos algumas razões para propor esse “cuidado espiritual” com os menores:

  • Facilita o desenvolvimento integral: a educação na fé não só aborda aspectos espirituais, mas também emocionais, sociais e éticos, promovendo um desenvolvimento equilibrado. A fé pode ser uma fonte de força diante das adversidades da vida; e não há vida humana sem dificuldades, lutas e frustrações.
  • Estimula a busca de sentido: ao promover a curiosidade espiritual e a exploração de questões existenciais, a criança começa a buscar seu próprio caminho. A fé, nesse caso, oferece sentido, conforto, esperança, além de ajudar a criança a se sentir segura e amada.
  • Oferece uma base ética: a fé proporciona um referencial que ajuda na tomada de decisões éticas. A conexão com Deus preenche de sentido os conceitos de verdade, bem, bondade, fraternidade universal e felicidade.
  • Fortalece valores morais: a educação na fé incute valores fundamentais para o desenvolvimento pessoal e a convivência, como a prática do perdão e da solidariedade, habilidades essenciais para uma sociedade saudável e feliz.
  • Promove o sentido de comunidade: o ensino da fé conecta com uma comunidade de apoio, oferecendo um sentido de pertencimento e identidade.
  • Cria um legado familiar: a educação na fé une gerações, transmite tradições e ensinamentos valiosos, baseados em relatos e histórias do passado que ajudam o presente.

Santo Agostinho falava sobre a necessidade de que as crianças façam parte da comunidade eclesial como algo benéfico para sua vida: “Vale mais prestar ajuda e salvar a alma de crianças e adultos do que saber como foi viciada”, dirá em uma de suas obras (Réplica a Juliano 5,4,17); e completa em um de seus sermões: “As crianças nada têm consigo além do que trouxeram do primeiro homem. Por isso, elas precisam da graça de Cristo para receber a vida em Cristo, aqueles que morreram em Adão” (165,7).

Por isso, defendia o batismo das crianças, algo que, em muitos círculos, é questionado nos dias de hoje: “Contudo, não deve ser objeto de desprezo o costume da mãe Igreja em batizar as crianças, e de forma alguma considerá-lo supérfluo, e não deveria ser considerado se não fosse uma tradição apostólica. Pois aquela pouca idade tem o grande peso do testemunho: ter sido a primeira a merecer derramar o sangue por Cristo.” (Comentário literal ao Gênesis 10,23,39).

Ao educarmos as crianças na fé, oferecemos-lhes ferramentas para enfrentar a vida, valores que as acompanharão ao longo de seu crescimento e maturidade. Neste Dia Mundial da Criança, renovemos nosso compromisso de cuidar, proteger e educar as futuras gerações com fé, amor e responsabilidade.