Apresentação do livro Correspondência de Mariano Gázpio. Madri, Espanha, 5 de dezembro de 2023. Agustinos Recoletos.

O livro “Mariano Gazpio. Correspondência” contêm todas as cartas enviadas e recebidas por Frei Mariano Gazpio (1899–1989), que foram compiladas por seu biógrafo, o historiador agostiniano recoleto José Xavier Lizarraga. A introdução é feita por Miguel Miró, agostiniano recoleto.

A seção de Documentos do site institucional da Província de São Nicolau de Tolentino oferece a partir de hoje sexta-feira, 22 de dezembro, um novo livro acessível em PDF, publicado pela mesma província, e intitulado “Mariano Gazpio. Correspondência”.

Trata-se de todas as cartas enviadas e recebidas por Frei Mariano Gapzio (1899–1989), religioso agostiniano recoleto declarado venerável pela Igreja e em processo de canonização. Foi missionário na China, formador de missionários e diretor espiritual de dezenas de pessoas durante vários lustros.

O agostiniano recoleto José Xavier Lizarraga foi seu biógrafo, e de seu trabalho de pesquisa surgiu o livro também publicado neste site “um caminho de fidelidade”. Agora, após pesquisar todas as cartas enviadas e recebidas por Frei Mariano Gazpio que chegaram até os nossos dias, Lizarraga compilou-as e acrescentou uma introdução, notas de crítica histórica, informação contextual e uma apresentação dos interlocutores postais de Frei Mariano.

O livro foi apresentado em Madri no dia 5 de dezembro, coincidindo com a celebração do 435° aniversário da Recoleção Agostiniana com a abertura do I Centenário da Missão dos Agostinianos Recoletos em Shangqiu (Henan, China), onde Gazpio foi missionário por quase 30 anos (1924–1952).

Gazpio partiu na primeira expedição missionária a Shangqiu e foi um dos últimos a sair após a expulsão decretada pelas autoridades. Estudou com determinação o idioma, do qual conseguiu um bom domínio e o ensinou aos novos missionários. Ele suportou o frio e o calor, guerras e invasões, assaltos e roubos, fome e sede, prisão domiciliar e perseguição religiosa.

Ocupou cargos de especial responsabilidade, como superior religioso e Vigário Geral da missão. Foi um referencial para sacerdotes e leigos, cristãos e pagãos. Por volta de 1936, já era conhecido como “o santo da missão”.

Em 2000, foi aberto o processo de canonização e em 2021 a Santa Sé o declarou venerável. Para sua família religiosa, é “uma personificação do carisma agostiniano recoleto, talvez a mais bem-sucedida do século XX”, como afirmou o historiador recoleto Ângelo Martínez Cuesta.

No volume se publicou 170 cartas, 133 enviadas e 37 recebidas, um epistolário modesto. A maioria corresponde a sua etapa na China, em parte porque os missionários eram incentivados a contar suas experiências. Tiveram maiores possibilidades de chegar até nossos dias, porque foram publicados no Boletim da província de São Nicolau de Tolentino e na revista Todos Misioneros ou chegaram até os arquivos históricos dos Agostinianos Recoletos, das Missionárias Agostinianas Recoletas e do Vaticano.

As cartas de Frei Mariano esboçam um retrato de sua vida e transmitem traços de sua personalidade e de sua experiência vital, como, por exemplo, seu amor e respeito ao povo chinês, que aparece em toda parte; ou sua máxima de nunca falar mal de ninguém ou jamais enaltecer suas próprias conquistas e sucessos.

São breves, concretas, sintéticas e substanciais, de estilo claro, sóbrio e certeiro. Contribuíram sempre com boas notícias e algumas anedotas; e refletem sempre a sua firme esperança diante de situações muito difíceis, inclusive de violência, guerra, fome e perseguição.

Não em vão, o lema escolhido para a celebração do I Centenário dessa missão é “Semeadores de esperança”. As cartas de Frei Mariano mostram o quanto este lema foi real.