Agostinho de Hipona é nosso fundador e pai de uma ampla Família Religiosa que segue su Regra, seus ensinamentos e forma de vida. Nestas páginas vamos conhecer melhor sua biografia, sua sensibilidade, sua proposta de vida comunitária a homens e mulheres de todos os tempos.

Novamente, como sempre acontece, começou a decadência. Não somente na Recoleção agostiniana. Foi geral. A sociedade civil e a Igreja, os conhecimentos humanos e os de Deus, religiosos e leigos entram em crise: a crise de um mundo que vai sendo questionado por um pensamento empírico e racionalista e chegará a cambalear, a crise que se dá quando está despontando um novo período histórico, uma nova sociedade.

Os claustros que abrigavam espíritos ardentemente cristãos, são, a partir de agora, cenário onde se arrasta uma vida onde se cumpre com as obrigações, mas de uma forma rotineira. Estava em falta o vigor interior que dá sentido e conteúdo à vida conventual. Não se encontram com facilidade os místicos e santos do período anterior.

E o que se perde na ânsia de Deus preenche-se com aspirações mundanas. Volta o desejo de títulos e mordomias como válvula de escape do vigor monástico; reivindica-se com força os interesses pessoais aos comunitários, os direitos adquiridos pelo grau acadêmico, por antigüidade e por favores; surgem os regionalismos e se perdem de vista os horizontes amplos do espírito.

É certo que nem tudo é negativo: nem tudo se reduz à rotina, à ânsia de privilégios e à vida relaxada. O campo missionário aumenta durante o século XVIII e a colheita é rica em todos os níveis, no espiritual, no social e no cultural. Tampouco faltaram freis que se dedicassem com entusiasmo ao ministério sacerdotal nos mosteiros da Espanha e da Colômbia, e alimentaram, com dedicação, a piedade popular, as confrarias e missões populares em povoados e cidades. Mas, fazendo uma avaliação geral das coisas positivas e negativas, tenho que reconhecer que a pressão arterial da Ordem estava baixa, seu pulso era mais fraco. Quando as circunstâncias ambientais não eram muito favoráveis ou era obrigada a reagir, sua apatia espiritual a expunha a graves perigos, dando respostas inadequadas aos problemas e desafios do seu tempo.

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