Agostinho de Hipona é nosso fundador e pai de uma ampla Família Religiosa que segue su Regra, seus ensinamentos e forma de vida. Nestas páginas vamos conhecer melhor sua biografia, sua sensibilidade, sua proposta de vida comunitária a homens e mulheres de todos os tempos.
Assim transcorreu mais de um século de expansão e esplendor. Não obstante, também os grupos e a sociedade têm seu ciclo de vida, como a natureza e o homem. Na história, para cada etapa de crescimento e grandeza, sucede outra de estagnação e decadência. O mesmo aconteceu durante o século XIV em toda a Igreja e com minha família, os Agostinianos.
Foi faltando estímulo aos religiosos; acomodaram-se nos êxitos passados, conformando-se a uma sociedade rotineira e relaxada: foram, pouco a pouco, perdendo a força, as ilusões e as virtudes. Já não exigiam tanto de si mesmos em matéria de pobreza; consentindo na posse comunitária excessiva, os mosteiros perdaram muito da sua simplicidade e ganharam certo luxo; se esqueceram o que haviam aprendido de mim: que os bens materiais são bons até quando nos ajudam a encontrar Deus.
A comunidade viu-se atingida por essas atitudes pessoais dos freis e irmãs. Eu lhes havia recomendado que deviam ser uma só alma e um só coração dirigidos a Deus; que devim primar sempre pelo bem comum: esse era o indicador e a medida da caridade. Agora pareciam ser normais as exceções e os privilégios; minhas comunidades iam dividindo-se em classes. E pensar que o único privilégio que eu aceitava era o exigido pela necessidade!
Os historiadores que estudaram esse período compreendido entre 1350 e 1539 dizem que tudo isso deveu-se à peste negra que, em meados do século XIV acometeu 1 em cada 3 europeus, e as famílias religiosas não foram exceção. Quiseram compensar as baixas provocadas pela peste e abriram os conventos a pessoas sem vocação e sem formação, que unicamente buscavam assegurar seu sustento. Outra causa , segundo os mesmo estudiosos, foi a divisão da Igreja, o chamado “Cisma do Ocidente” (1338 – 1417): havia dois ou mais papas e os cristãos estavam divididos quanto a quem na verdade dever obediência, como também acontecia na minha Ordem e as demais comunidades. Estes comentam ainda que as contínuas guerras e o espírito pagão do Renascimento somaram-se às causas que provocaram a perda do entusiasmo na vida religiosa.
Tantos acontecimentos negativos debilitaram o espírito de meus filhos e tornaram minhas comunidades complacentes com um mundo relaxado. Que pena! Quanto era formoso o ideal primitivo.
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ÍNDICE: SANTO AGOSTINHO
- A. Biografia de Agostinho de Hipona
- B. O monacato agostiniano
- C. A árvore que Agostinho plantou