Resumo histórico, situação atual e depoimentos pessoais de religiosos que trabalharam lado a lado à comunidade e construíram parte de sua história pessoal ao serviço do povo de Tapauá, Amazonas, Brasil, Paróquia de Santa Rita de Cássia.
Tapauá é um pequeno município brasileiro com uma população estimada em 18.152 pessoas (2015). A cifra real pode ser maior, por haver núcleos de população dispersos que carecem de “existência legal”. Ao longo dos anos a população diminuiu pela emigração. No censo de 1991 a população era de 25.394 habitantes, maior pico populacional da História do município.
Em termos de extensão, é um dos maiores municípios do mundo. São 85.488,02 quilômetros quadrados, pouco menor que Portugal (92.212) ou Andaluzia (87.268) ou algo maior que Áustria (83.855). A cada habitante corresponde 4,7 quilômetros quadrados de território. Com a ironia de que um dos grandes problemas aqui tem sido, precisamente, a terra e sua distribuição.
Tapauá está na calha do Rio Purus – afluente do Amazonas – que flui de sudeste a nordeste, desde seu nascimento na serra de Contamana (Ucayali, Peru) até seu encontro com o Amazonas, após percorrer 2.960 quilômetros. Tem um caudal médio de 8.400 metros cúbicos por segundo.
É um dos rios mais sinuosos do mundo. Sua distância em linha reta, entre sua origem e sua desembocadura, é menos da metade por onde passam seus meandros. Isto vale dizer que, qualquer ação humana e pastoral, em geral, existe grande lentidão nas comunicações incluindo o isolamento da população. Chegar a Tapauá somente é possível por barco ou avião.
É uma das regiões aonde a civilização ocidental chegou mais tarde, em comparação com o restante da região amazônica, com menos de 150 anos de civilização ocidental, núcleos de população não indígena e de exploração da região. Como município separado, Tapauá existe desde dezembro de 1955, com a particularidade de que a sede municipal e zona urbana foi criada quase do nada, como único lugar viável para a construção de uma cidade, por ser “terra firme”.
O Rio Purus, como todos os rios amazônicos, tem anualmente dois estágios: de julho a janeiro, transcorre pelo seu canal normal; entre fevereiro e junho inunda as áreas circundantes e o canal pode ganhar entre 10 e 60 metros de largura. Somente as áreas mais altas chamadas de “terra firme”, ficam fora dessa inundação.
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ÍNDICE
- Introdução: Tapauá: 50 anos construindo Igreja e Sociedade
- 1. Um mundo de dimensões exorbitantes
- 2. Um hábitat difícil para o ser humano
- 3. Nasce a Paróquia de Santa Rita
- 4. E os Agostinianos Recoletos se fazem tapauaenses
- 5. Meio século construindo paróquia
- 6. A presença na zona rural
- 7. Grandes períodos de ausência ou solidão
- 8. As prioridades pastorais
- 9. A questão indígena
- 10. A questão educativa
- 11. A questão sanitária
- 12. Solidariedade exterior
- 13. Testemunho: Jesús Moraza
- 14. Testemunho: Enéas Berilli
- 15. Testemunho: Francisco Piérola
- 16. Testemunho: Cenobio Sierra
- 17. Testemunho: Nicolás Pérez-Aradros
- 18. Testemunho: Luis Busnadiego
- 19. Testemunho: Juan Cruz Vicário
- 20. Testemunho: Francisco Javier Jiménez García-Villoslada